As águas recuam em pontos da área central de Porto Alegre com a religação das casas de bomba, mesmo com o Guaíba subindo. No entanto, a situação das enchentes piora desde ontem em bairros mais ao sul da capital gaúcha, devido ao vento moderado a forte do quadrante sul. A situação começou a piorar no sul da cidade desde ontem, quando, a partir das primeiras horas da madrugada, o Guaíba começou a apresentar uma rápida e acentuada elevação. O represamento no norte da Lagoa dos Patos, gerado pelo vento do quadrante sul e a chegada da vazão do Rio Taquari, intensificou a subida das águas.
Bairros centrais, como o Centro Histórico, são protegidos pelo sistema de contenção de cheias, como diques e o muro da Mauá. Porém, bairros mais ao sul da cidade estão diretamente expostos às águas do Guaíba e inevitavelmente sofrem com a alta do nível das águas. Nesta terça-feira, o Guaíba superou a marca de 5,20 metros na medição da régua do Cais Mauá. Com o agravamento das inundações no sul da cidade, a Defesa Civil Municipal coordenou uma ação pontual no Lami, no extremo sul de Porto Alegre, para retirar moradores que estavam em áreas alagadas. Embora não tenha sido necessária uma evacuação oficial, alguns residentes em maior risco foram acolhidos pela Prefeitura de Porto Alegre no Clube Lajeado, onde receberam abrigo e assistência. Equipes da Defesa Civil permanecem no local, monitorando a situação e prestando o apoio necessário aos moradores.
Bairros como Guarujá, Ponta Grossa e Ipanema sofrem com o avanço das águas do Guaíba. Em Ipanema, muitas ruas foram inundadas desde ontem, com ondas chegando até as portas das casas devido ao vento do quadrante sul.
No Centro, o corredor humanitário está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista. Cerca de 60 trabalhadores estão no local. Desde que começou a operar na sexta-feira, o corredor registra tráfego médio de 100 veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da Conceição, com a avenida Castelo Branco e a BR-290 (Freeway).
O caminho é exclusivo para caminhões com suprimentos para abrigos, hospitais, mercados, farmácias, viaturas em serviço e identificadas como Prefeitura de Porto Alegre, Governo do Estado, Governo Federal e Forças Armadas, ambulâncias e viaturas de segurança. Veículos que não estejam prestando serviço humanitário não podem acessar o corredor.
Outra medida emergencial, desta vez na zona norte, é a montagem do primeiro hospital de campanha de Porto Alegre junto à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar. A iniciativa, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde, Força Nacional do SUS e Grupo Hospitalar Conceição, objetiva reduzir a demanda em instituições hospitalares nos próximos dias.
Com o agravamento das enchentes e a previsão de mais frio, as autoridades continuam em alerta, tomando medidas emergenciais para mitigar os impactos na população afetada. A solidariedade da comunidade é fundamental para ajudar aqueles que perderam tudo nesta tragédia. A Defesa Civil orienta a população a evitar áreas de risco e seguir as instruções das autoridades em caso de emergência.
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