O Guaíba começa esta sexta-feira, que marca a véspera do retorno da chuva em Porto Alegre, com o nível mais baixo desde o início da enchente. Atualmente, o nível não está mais em cota de cheia, o que não ocorria desde abril, antes do dilúvio. A medição da régua eletrônica da empresa TideSat, instalada no Cais Mauá, indicava na madrugada de hoje que o nível do Guaíba estava em 1,85 metro e seguia em trajetória de baixa.
Na prática, o nível abaixo de 2,00 metros significa que o Guaíba sai da faixa de cheia, já que os primeiros alagamentos nas ilhas da capital ocorrem quando o nível excede entre 2,00 a 2,20 metros no cais. Com base nas marcas atuais, utilizando a medição do Cais, que é o ponto histórico referencial para enchentes em Porto Alegre, o Guaíba estava 3,30 metros abaixo do pico da cheia pela régua da TideSat (5,15 metros), 1,15 metro abaixo da cota de transbordamento no cais (3,00 metros) e 65 cm abaixo da cota de alerta (2,50 metros).
De acordo com dados compilados pelo SPH (atual Portos RS), o nível médio histórico do Guaíba em Porto Alegre é de 1,02 metro em junho. Isso significa que, embora o nível atual não esteja mais em cota de cheia que cause alagamentos, ainda está acima da média histórica. A excelente notícia é a tendência de seguir baixando. Com tempo firme e vento vindo do quadrante Norte, que favorece o escoamento para a Lagoa dos Patos, a perspectiva é de recuo adicional do nível do Guaíba hoje.
Mesmo em parte do sábado, apesar da volta da chuva na segunda metade do dia, o nível pode continuar baixando com o tempo firme ainda no começo do dia, prevê a MetSul Meteorologia. Isso é extremamente positivo, já que a previsão da MetSul é de uma segunda quinzena de junho com chuva acima a muito acima da média na Metade Norte gaúcha, onde estão os rios que desembocam no Guaíba, o que inevitavelmente causará elevação do nível.
É muito diferente o Guaíba começar a subir a partir de um ponto inicial, por exemplo, de 1,70 metro no cais, em comparação a 2,70 metros, pois a margem de segurança para a cota de transbordamento é muito maior. A frequência de vento do quadrante Sul deve aumentar na segunda metade do mês, colaborando para manter o nível elevado pela chuva ainda acima dos valores médios históricos.
A MetSul descarta o transbordamento do Guaíba neste fim de semana pela chuva forte que pode cair no domingo na região de Porto Alegre. O Guaíba sobe principalmente por vento Sul e pela vazão de rios que chegam de pontos distantes da capital, assim o Guaíba não sobe muito por chuva que ocorre no próprio dia.
Com isso, a situação atual do Guaíba é positiva, mas é importante que a população continue atenta às atualizações meteorológicas e às medidas de segurança, especialmente considerando a previsão de chuvas intensas na segunda quinzena de junho.
Fonte: METSUL SEMA-RS
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