A chegada do inverno, que começou oficialmente às 17:51 do dia 20 de junho de 2024, marca o início de um período de transição climática no Rio Grande do Sul. Este solstício de inverno trará o dia mais curto do ano e a noite mais longa. Na prática, o trimestre de inverno compreende os meses de junho, julho e agosto.
Expectativas para o Inverno 2024
A expectativa para a estação é que grande parte dela apresente neutralidade climática. No entanto, observando os dados recentes do Oceano Pacífico Equatorial, já é possível perceber um resfriamento característico de um La Niña clássico. O fenômeno El Niño, que causou várias enchentes no Rio Grande do Sul, chegou ao fim oficialmente em junho, após 12 meses de atividade. As últimas semanas entraram numa fase de neutralidade, mas uma rápida evolução do resfriamento do Oceano Pacífico Equatorial sugere que poderemos ver a formação de um episódio de La Niña na segunda metade da estação, ou pelo menos até o final dela.
Impactos do La Niña
O inverno deste ano será um período de transição, saindo do El Niño, passando por uma fase de neutralidade e possivelmente evoluindo para um La Niña. Essa fase de neutralidade representa um desafio maior para os meteorologistas na previsão detalhada das condições atmosféricas no Rio Grande do Sul e em latitudes médias. O La Niña, no final do inverno e início da primavera, pode trazer impactos significativos na temperatura, especialmente em relação ao frio e ao risco de geadas tardias, que preocupam principalmente o setor agrícola.
Em termos de chuva, a MetSul Meteorologia prevê uma escassez de precipitação nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, parte do interior do Nordeste e Norte do país, mantendo um padrão de bloqueio atmosférico típico do inverno. Esse bloqueio, que tem canalizado a umidade em direção ao Rio Grande do Sul, continuará a influenciar a região, mantendo a chuva em torno ou acima da média durante o inverno. Apesar disso, não se espera um inverno chuvoso, mas sim uma alternância entre períodos de sol e chuva.
Previsão de Temperatura e Chuvas
Os volumes de chuva até o momento já são elevados no Rio Grande do Sul, com registros entre 100 mm a 200 mm em várias regiões da Metade Norte, especialmente entre o Alto Jacuí, a Serra e o Litoral Norte. A previsão é de que essa tendência continue, com períodos de chuva forte e volumosa em julho e agosto, intercalados com dias de sol e tempo aberto.
A MetSul também alerta para a possibilidade de temporais mais severos durante o La Niña, apesar de sua menor frequência. Isso inclui riscos de granizo e vendavais, principalmente entre agosto e setembro, quando ocorrem grandes contrastes de temperatura.
Risco de Geada e Neve
A geada tem um risco maior de ocorrer na segunda metade do inverno, devido às oscilações de temperatura. Períodos curtos de frio intenso podem trazer geadas para o Rio Grande do Sul. A neve, embora menos favorecida em anos de La Niña, não está descartada e pode ocorrer ao longo da estação ou no início da primavera.
Situação em Outras Regiões do Brasil
Nas outras regiões do Brasil, a expectativa é de baixos volumes de chuva e secura do ar, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste, parte do Norte e Nordeste. Esse padrão de temperatura acima da média deve persistir, agravando a situação das queimadas e os problemas respiratórios devido aos altos índices de poluição atmosférica.
Conclusão
Em resumo, o inverno de 2024 será marcado por uma transição climática com a possibilidade de evolução para um La Niña. O Rio Grande do Sul poderá experimentar uma alternância entre períodos de sol e chuva, com riscos aumentados de temporais severos e geadas tardias, enquanto outras regiões do Brasil enfrentarão secura e temperaturas acima da média. A MetSul continuará monitorando e alertando sobre as condições climáticas durante toda a estação.
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