Rios Contribuintes Alcançam Cotas Históricas e Agravam Situação
Na manhã desta segunda-feira, pouco antes das 8h, a cidade de Porto Alegre testemunhou um aumento alarmante no nível do Guaíba, atingindo 3,01 metros, um centímetro acima da cota de transbordamento no Cais Central. Este evento marca a terceira maior cheia do Guaíba desde a grande enchente de 1941, sendo superada apenas pelos registros de setembro de 1967 e setembro deste ano, com 3,13 e 3,18 metros, respectivamente.
A situação se torna ainda mais notável ao observarmos que o Guaíba atingiu a cota de extravasamento no Centro da cidade pela segunda vez em apenas três meses, algo que não ocorria há 80 anos, quando foi registrado apenas um evento semelhante. A excepcionalidade é ainda mais evidente considerando que duas das três maiores cheias desde 1941 aconteceram em um intervalo de apenas 50 dias.
O nível do Guaíba continua a subir, mesmo sem represamento pelo efeito do vento, que atualmente está calmo, medindo 0 km/h de acordo com a medição do aeroporto. No entanto, as comportas do sistema de contenção de cheias da cidade permanecem abertas, com o Guaíba a apenas um centímetro de atingir a cota de transbordamento no Centro.
Por que essa cheia histórica?
A resposta reside nos rios que desembocam no Guaíba, todos apresentando cheias significativas. O Taquari, Caí e Sinos registram cheias de grandes proporções, com destaque para o Taquari, que atingiu 28,94 metros, a quarta maior cota em 150 anos, e o Caí, que alcançou 9,01 metros, a segunda maior desde 1940.
O Rio Jacuí, maior contribuinte do Guaíba, também está em cheia entre Cachoeira do Sul e Triunfo, com a tendência de elevação. É preocupante notar que duas das três maiores cheias do Taquari em um século ocorreram em um curto intervalo de três meses (setembro e novembro de 2023).
A intensidade das chuvas nas últimas semanas nas bacias que deságuam no Guaíba contribuiu significativamente para o cenário crítico. Locais como Cambará do Sul, Serafina Corrêa, Cruz Alta, Teutônia, Santo Augusto, Soledade, Canela, Soledade, Caxias do Sul, Bom Jesus, Santa Rosa, Erechim, Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Torres, Palmeira das Missões e Porto Alegre apresentaram acumulados de chuva expressivos.
A situação ainda é motivo de grande preocupação, pois o Guaíba continuará subindo com o pico de vazão das cheias dos Rios Taquari e Caí. O padrão de vento favorável ao escoamento das águas pode ser interrompido entre quarta e sábado, com vento do quadrante Sul, podendo elevar ainda mais o nível do Guaíba.
A população e as autoridades locais estão atentas aos desdobramentos dessa situação crítica e tomando medidas preventivas diante do potencial risco representado pela terceira maior cheia em oito décadas. O desafio é gerenciar não apenas o presente desafio, mas também o impacto futuro que poderá persistir nos próximos dias.
Fonte: METSUL, G1, INMET.
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