O Rio Grande do Sul já registra treze mortes decorrentes de casos de leptospirose resultantes das enchentes. O número foi atualizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde. Com as inundações, o número de casos da doença disparou, superando em muito o que habitualmente é registrado no estado. No ano passado, mesmo com várias enchentes, houve 400 casos. Atualmente, há sete óbitos em investigação, enquanto cinco casos suspeitos foram descartados. Foram notificados 3.658 casos suspeitos da doença, dos quais 241 (6,6%) foram confirmados. Porto Alegre registrou 1.091 notificações.
Os óbitos confirmados ocorreram nas seguintes localidades: Porto Alegre (dois), Venâncio Aires, Três Coroas, Travesseiro, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Encantado, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Viamão e Novo Hamburgo. A leptospirose é uma doença infecciosa febril transmitida pelo contato com a urina de animais infectados, principalmente roedores, pela bactéria leptospira. A contaminação pode ocorrer em qualquer época do ano, mas as chances de contágio aumentam com inundações, enxurradas e lama. Ferimentos ou arranhões na pele facilitam a penetração da bactéria no organismo humano.
É essencial que os residentes das áreas mais atingidas pela chuva adotem cuidados preventivos, como usar calçados ao caminhar em áreas alagadas, evitar qualquer tipo de contato com roedores (principais transmissores) e lavar bem os alimentos. Nos locais invadidos por água de chuva, recomenda-se desinfetar o ambiente com hipoclorito de sódio a 2,5%, presente na água sanitária (1 copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água). As autoridades também recomendam guardar alimentos em recipientes bem fechados, manter a cozinha limpa sem restos de alimentos, retirar sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer, manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais para evitar a presença de roedores. A luz solar ajuda a matar a bactéria.
A leptospirose pode levar até 30 dias para se desenvolver, mas geralmente os sintomas começam entre o sétimo e o décimo quarto dia após a exposição. Quem teve contato com água potencialmente contaminada e apresentar febre, dor de cabeça, dor no corpo (principalmente nas panturrilhas), vômitos e pele amarelada (em casos mais graves), deve procurar um serviço de saúde. O tratamento pode ser realizado em qualquer unidade básica de saúde dos municípios e deve ser iniciado, preferencialmente, até o quinto dia após a apresentação dos primeiros sintomas.
Redação KVTV NOTÍCIAS
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