Após a confirmação de quatro focos de gripe aviária no Rio Grande do Sul, as autoridades e equipes das prefeituras do estado estão intensificando os esforços de monitoramento nas praias. Preocupações sobre a disseminação da doença levaram a uma descoberta alarmante: 375 mamíferos marinhos foram encontrados mortos ou doentes ao longo do litoral gaúcho.
A situação mais crítica foi relatada na Praia do Hermenegildo, situada em Santa Vitória do Palmar, no Litoral Sul do estado. Apenas na última quinta-feira (19), 21 animais marinhos foram encontrados mortos nessa região. O total de animais enterrados ao longo de uma semana nas praias de Santa Vitória do Palmar ultrapassou 140.
Os municípios de Rio Grande e Torres também confirmaram focos da doença em mamíferos aquáticos, e um caso foi identificado em uma ave silvestre em São José do Norte. Embora não tenha havido registro da gripe aviária em humanos, as autoridades de saúde alertam para a importância de evitar o contato com animais sob risco de infecção.
Um impacto significativo foi observado na Ilha dos Lobos, em Torres, no Litoral Norte, onde a ocorrência de animais diminuiu em até 80%. Esse declínio pode estar relacionado à presença da doença.
Os animais mortos estão sendo enterrados na região das praias em valas com cerca de 2 metros de profundidade, abertas com retroescavadeiras. Essa medida visa evitar a contaminação de outros animais, como pássaros e cachorros. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) alerta moradores e visitantes a não se aproximarem nem alimentarem animais encontrados nas praias.
A extensão da Praia do Hermenegildo, com seus 150 km, apresenta desafios logísticos, como o aumento da maré, que às vezes impede as equipes de cobrir uma área maior. A prefeitura expressa preocupação de que o número real de animais mortos possa ser maior.
Santa Vitória do Palmar fica a aproximadamente 25 km da fronteira com o Uruguai, país que registrou um grande número de animais marinhos infectados pela gripe aviária nas últimas semanas. Nesta época do ano, esses animais costumam migrar para o litoral do Rio Grande do Sul.
A prefeitura está considerando a possibilidade de restringir a circulação de pessoas na beira da praia como medida preventiva, mas aguarda diretrizes do governo estadual para tomar ações mais específicas.
Enquanto a situação se desenvolve, as autoridades continuam a pedir que as pessoas mantenham distância dos animais à beira-mar, especialmente dos mamíferos que estão confirmadamente portadores da influenza aviária.
A situação permanece em evolução, e as autoridades de saúde estão monitorando de perto a situação para conter a propagação da doença e proteger a população e a fauna local.
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