O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil anunciou hoje um marco preocupante na saúde animal. O país identificou o primeiro foco de gripe aviária em leões-marinhos-do-sul, encontrado na praia do Cassino, no Rio Grande do Sul. Essa descoberta representa o primeiro registro da doença em mamíferos marinhos no Brasil, aumentando as preocupações sobre a disseminação da gripe aviária em diferentes espécies.
A investigação e a coleta de amostras foram realizadas em colaboração com o Centro de Recuperação de Animais Marinhos de Rio Grande. As amostras foram enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Campinas (LFDA-SP), que é uma referência na América do Sul para o diagnóstico do vírus.
Os resultados do laboratório confirmaram que se trata do vírus H5N1, conhecido por ser altamente patogênico e que já foi detectado em várias espécies de aves silvestres no país. Este é um subtipo do vírus Influenza que afeta principalmente as aves e pode se disseminar rapidamente, com altas taxas de mortalidade entre os animais.
Apesar das infecções por gripe aviária em seres humanos serem raras, o Ministério da Agricultura e Pecuária fez um apelo à população para evitar se aproximar das áreas onde os focos foram detectados e enfatizou a importância de não tocar em animais doentes ou mortos, a fim de prevenir a possível contaminação e propagação da doença.
É importante destacar que não houve mudanças no status brasileiro de país livre da influenza aviária perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), uma vez que a doença não foi detectada na produção comercial. Até o momento, o Brasil registrou 115 focos de gripe aviária, sendo apenas três em aves de subsistência destinadas à alimentação doméstica. Portanto, o Governo assegura que não há risco para o consumo de carne e ovos, e ressalta que não houve transmissão da doença para seres humanos no país.
A gripe aviária, causada pelo H5N1, foi diagnosticada pela primeira vez em aves na Itália em 1878. No entanto, o subtipo H5N1 do vírus só foi isolado em 1996, em gansos na província de Guangdong, no sul da China. No ano seguinte, ocorreu o primeiro registro da doença em seres humanos, em Hong Kong. Este é um desenvolvimento preocupante e continuaremos monitorando de perto a situação à medida que novas informações forem disponibilizadas.
Fonte: G1.
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