Grande enchente de 2024 inunda as ilhas de Porto Alegre | GIULIAN SERAFIN/PMPA |
O nível do Guaíba continua a subir e alcança marcas que só foram vistas na grande enchente de maio de 1941, aproximando-se das cotas históricas registradas há 80 anos. Na madrugada de hoje, o nível do rio já superava os 4,20 metros, superando significativamente os picos de cheia do ano passado e da grande enchente de 1873.
Desde 1941, esta é apenas a quarta vez que o Guaíba atinge a cota de transbordamento de 3,00 metros no Cais Central. O que chama atenção é que, em apenas nove meses, o rio bateu essa marca em três ocasiões diferentes: setembro, novembro e nesta cheia de 2024.
A previsão é de que o nível do Guaíba continue a subir ao longo do dia de hoje, o que aumenta a preocupação das autoridades e da população. A inundação das ilhas e de áreas desprotegidas por diques será catastrófica, com a água alcançando alturas de até dois metros em diversos pontos.
O sistema de contenção de cheias, composto pelo Muro da Mauá e diques, até o momento tem impedido que as águas invadam a cidade de Porto Alegre. No entanto, o refluxo na rede pluvial já está causando alagamentos nas áreas próximas da Voluntários da Pátria, na região entre o Quarto Distrito e a Rodoviária, assim como na Praia de Belas.
Além disso, a grande cheia do Guaíba está represando o Arroio Feijó, causando inundações na zona Norte e graves problemas em Alvorada, além de represar o Rio Gravataí entre Gravataí e Cachoeirinha, resultando em alagamentos e inundações.
Em cidades vizinhas como Canoas, a situação é crítica devido aos represamentos dos rios Caí e Sinos, além do transbordamento do Rio Gravataí, o que remete a um cenário similar ao evento histórico de 1965.
O vento, elemento crucial nesse cenário, está previsto para soprar do Sul, represando ainda mais as águas na parte Norte da Lagoa dos Patos, o que agrava a subida da cheia.
Diante desse quadro, as autoridades e a população permanecem em alerta máximo, enquanto os principais rios contribuintes do Guaíba, Jacuí, Taquari, Caí, Sinos e Gravataí, continuam apresentando cheias de grandes proporções, aumentando os desafios enfrentados pela região.
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