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LITORAL NORTE DO RS MANTÉM TRANQUILIDADE FRENTE À DENGUE ENQUANTO PREOCUPAÇÕES PERSISTEM NO ESTADO




Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta preocupações e impactos decorrentes da dengue, com 93,7% dos municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti, o litoral norte vive uma situação relativamente tranquila, segundo dados da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde (18ª CRS). Esta região abrange 23 municípios, estendendo-se de Torres a Tavares, compreendendo o chamado litoral médio.


De acordo com a coordenadora-adjunta da 18ª CRS, Janete Ferri Teixeira, houve apenas sete casos confirmados de dengue na área em janeiro, dos quais quatro foram contraídos localmente. Os casos foram distribuídos entre municípios como Capão da Canoa, Torres, Santo Antônio da Patrulha e Tramandaí.


Apesar da relativa tranquilidade, os dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) atualizados recentemente mostram que quase 70% dos municípios da 18ª coordenadoria estavam infestados pelo Aedes aegypti. Contudo, Janete ressalta que, considerando o grande fluxo de turistas na região, os números de casos são comparativamente baixos. Ela aponta que a infestação é considerada quando há presença do mosquito em um território nos últimos 12 meses.


Uma razão para a situação controlada é o fato de que os meses mais críticos para casos de dengue na região litorânea são abril e maio, quando a maioria dos veranistas já retornou às suas cidades de origem e as casas de praia ficam vazias. No entanto, isso representa um desafio para as autoridades de saúde, pois as residências desocupadas podem se tornar potenciais criadouros do mosquito.


A falta de acesso a prédios abandonados ou fechados para eliminar possíveis locais de proliferação do mosquito é apontada como uma dificuldade pela CRS, devido a riscos jurídicos. A dependência dos moradores ou proprietários das residências é destacada como uma limitação. No entanto, medidas preventivas estão sendo tomadas, como capacitações periódicas para equipes de emergência e atenção primária.


A coordenadoria do litoral norte planeja adotar em breve duas técnicas para eliminar os vetores: ovitrampas, que são armadilhas de coleta de ovos do mosquito, e borrifação residual intradomiciliar (BRI), uma técnica que começou como um projeto-piloto em 2023 e consiste na aplicação de inseticida com poder residual em domicílios e locais de grande circulação.


Embora o litoral norte do Rio Grande do Sul mantenha-se relativamente seguro em relação à dengue até o momento, é importante continuar com medidas preventivas e de controle para evitar a propagação do mosquito transmissor, que além da dengue, também é vetor de outras doenças como a zika e a chikungunya.

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